segunda-feira, 2 de maio de 2016

Assuntos Polêmicos Acerca da Infância

O objetivo de hoje é levantar alguns questionamentos acerca de 3 temáticas, ainda sem solução, inerentes a nossa realidade social, são elas:

  • exploração do trabalho infantil;
  • a ausência da participação dos pais na rotina escolar do filho e os impactos causados;
  • tempo de aprendizagem e currículo.

Discussão 1: EXPLORAÇÃO DO TRABALHO INFANTIL


Trabalho infantil é toda forma de trabalho exercido por crianças e adolescentes, abaixo da idade mínima legal permitida para o trabalho, conforme a legislação de cada país. O trabalho infantil, em geral, é proibido por lei. Especificamente, as formas mais nocivas ou cruéis de trabalho infantil não apenas são proibidas, mas também constituem crime.

Apesar de legislação que proíbe a exploração do trabalho infantil, é comum ainda encontrar crianças que são privadas de ter sua infância, para trabalhar e ajudar no sustento de casa.

Esse problema impacta seriamente no desenvolvimento infantil. Conforme previamente tratado no post “Criança x Infância”, a infância é fundamental no desenvolvimento motor, cognitivo, psicossocial e afetivo. É através do brincar que a criança conhece o outro e a si mesmo. A socialização acontece através da brincadeira.

Neste mesmo sentido, também já falamos sobre a importância da ludicidade no desenvolvimento infantil. A criança precisa viver o faz de conta, isso desenvolve não só a criatividade, mas também a percepção de mundo.

A criança que não pode ter infância devido a exploração do trabalho infantil, tem seu desenvolvimento prejudicado e isso refletirá no seu rendimento escolar também.

Vale refletir sobre o seguinte questionamento: Será que a legislação existente é eficaz para reduzir a exploração infantil? As escolas estão preparadas para lidar com as crianças que são exploradas a fim de proporcionar igualdade de aprendizagem, de modo que a exploração do trabalho não cause tanto impacto no desenvolvimento infantil?

Discussão 2: A AUSÊNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NA ROTINA ESCOLAR DOS FILHOS E OS IMPACTOS CAUSADOS


Atualmente é comum que os pais tenham jornadas de trabalho exaustivas e tenham pouco tempo para se dedicar à educação dos filhos.

Isso implica em não participar da vida escolar do filho e ainda atribuir essa educação aos professores e escola.

Há uma grande confusão quanto a isso. Boa parte dos pais só aparecem na escola para reclamar de alguma coisa e não para acompanhar o desenvolvimento de seus filhos.

Sabemos que cabe ao professor ensinar e não educar, mas diante desse cenário de jornadas de trabalho exaustivas dos pais, essa tarefa de educar fica totalmente a cargo das escolas e professores? Quão prejudicial para o desenvolvimento infantil é a ausência dos pais em sua rotina escolar?

Por mais que a escola também se proponha a educar e faça isso por diversas vezes, a presença dos pais nunca será substituída. É inegável que se os pais não participam da vida escolar dos filhos, provavelmente o diálogo entre eles e a afetividade tendem a sofrer em decorrência dessa ausência.

Discussão 3: TEMPO DE APRENDIZAGEM E CURRÍCULO


Toda criança apresenta um ritmo único no processo de evolução. Cada pessoa tem uma história particular e única, formada por sua estrutura biológica, psicológica, social e cultural. Esse fato ocorre tanto no ambiente familiar quanto no escolar.

Todavia, as escolas têm um mesmo currículo aplicado a todos os alunos. Esse currículo além de ser o mesmo para todos, sem considerar o ritmo único de desenvolvimento do aluno, ainda traça o perfil do aluno tido como normal.

Aquele que não consegue acompanhar o ritmo estabelecido no currículo, é muitas vezes identificado como tendo algum problema de aprendizagem ou ainda ser considerado um aluno ruim.

Ocorre que todos os seres humanos são capazes de aprender, cada um no seu tempo, no seu ritmo. Se isso já é sabido, por que os currículos continuam sendo algo padrão, por muitas vezes sem margem para flexibilização? Por que os alunos ainda são avaliados de forma a categorizá-los como bons e maus alunos apenas pelo fato de não seguir o mesmo tempo de aprendizagem estabelecido como normal no currículo?

Esse tema gera indagações interessantes e debates longos. É necessário pensar em alguma solução e já adianto que a aprovação automática é apenas uma medida para mascarar o problema.


O currículo precisa ser repensado diante da diversidade de alunos, considerando os alunos como sujeitos de extrema relevância.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de saber muitos conteúdos na teoria, precisamos aprimorar a prática, repensar conceitos e realizar um estudo sociológico profundo.

O currículo apenas poderá se tornar adequado quando os elaboradores do currículo tiverem consciência dos sujeitos que estão englobados no currículo: educando e educadores.

A ideia do blog não é apenas deixar as dúvidas. E sim despertar o interesse por estudar e refletir sobre as principais temáticas da Pedagogia. Somente quando você toma conhecimento de todo o problema, é que você se torna apto a buscar soluções.

Fontes: 

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