sexta-feira, 13 de maio de 2016

Desenvolvimento Infantil segundo Piaget

De acordo com Piaget, o indivíduo (a criança) aprende construindo e reconstruindo o seu pensamento, através da assimilação e acomodação das suas estruturas. Esta construção do pensamento, Piaget chamou de estágios: Estágio sensório – motor, Estágio Simbólico e Estágio Conceptual.

Segundo Piaget no Estágio sensório-motor, que vai do zero até os 2 anos de idade, é onde se inicia o desenvolvimento das coordenações motoras, a criança aprende a diferenciar os objetos do próprio corpo e os pensamentos das crianças está vinculado ao concreto.

Já no Estágio simbólico, que é dos 2 até por volta dos 7 anos, o pensamento da criança está centrado nela mesma, é um pensamento egocêntrico. E é nesta fase que se apresenta a linguagem, como socialização da criança, que se dá através da fala, dos desenhos e das dramatizações.

No Estágio Conceptual, que é dos 7 até por volta dos 11, a criança continua bastante egocêntrica, ainda tem dificuldade de se colocar no lugar do outro. E a predominância do pensamento está vinculado mais acomodações do que as assimilações.

No último Estágio que é o das Operações Formais que vai por volta dos 11 anos até a vida adulta, é uma fase de transição, de criar ideias e hipóteses do pensamento. A linguagem tem um papel fundamental para se comunicar.

Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget

Piaget, quando descreve a aprendizagem, tem um enfoque diferente do que normalmente se atribui à esta palavra. Piaget separa o processo cognitivo inteligente em duas palavras : aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, segundo MACEDO (1994), a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos.
Piaget, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em 4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (PIAGET, 1975). Essas 4 fases são :
  • Sensório-motor (0 – 2 anos);
  • Pré-operatório ( 2 – 7,8 anos);
  • Operatório-concreto ( 8 – 11 anos);
  • Operatório-formal (8 – 14 anos);
Sensório-motor
Neste estágio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio (LOPES, 1996). Também é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo (MACEDO, 1991). Segundo LOPES, as noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática.
Conforme MACEDO (1991, p. 124) é assim que os esquemas vão "pouco a pouco, diferenciando-se e integrando-se, no mesmo tempo em que o sujeito vai se separando dos objetos podendo, por isso mesmo, interagir com eles de forma mais complexa." Nitzke et alli (1997b) diz-se que o contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento.
Exemplos:
O bebê pega o que está em sua mão; "mama" o que é posto em sua boca; "vê" o que está diante de si. Aprimorando esses esquemas, é capaz de ver um objeto, pegá-lo e levá-lo a boca.

Pré-operatório
É nesta fase que surge, na criança, a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação (PIAGET e INHELDER, 1982), e esta substituição é possível, conforme PIAGET, graças à função simbólica. Assim este estágio é também muito conhecido como o estágio da Inteligência Simbólica.
Contudo, MACEDO (1991) lembra que a atividade sensório-motor não está esquecida ou abandonada, mas refinada e mais sofisticada, pois verifica-se que ocorre uma crescente melhoria na sua aprendizagem, permitindo que a mesma explore melhor o ambiente, fazendo uso de mais e mais sofisticados movimentos e percepções intuitivas.
A criança deste estágio:
  • É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro.
  • Não aceita a idéia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "por quês").
  • Já pode agir por simulação, "como se".
  • Possui percepção global sem discriminar detalhes.
  • Deixa se levar pela aparência sem relacionar fatos.
Exemplos:
Mostram-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais e dá-se a uma delas a forma de salsicha. A criança nega que a quantidade de massa continue igual, pois as formas são diferentes. Não relaciona as situações.

Operatório-concreto
Conforme Nitzke et alli (1997b), neste estágio a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, ..., sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, depende do mundo concreto para abstrair.
Um importante conceito desta fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada.
Exemplos:
Despeja-se a água de dois copos em outros, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. A resposta é afirmativa uma vez que a criança já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação.

Operatório-formal
Segundo WADSWORTH (1996) é neste momento que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Agora a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade.
Em outras palavras, as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas.
Exemplos:
Se lhe pedem para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", a criança trabalha com a lógica da idéia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos.

As fases do desenvolvimento humano

A Psicologia Educacional tem como um dos suportes teóricos os estudos da ciência humana na Psicologia Genética de Jean Piaget que pontua a relação do desenvolvimento cognitivo do ser humano.
Para Piaget o desenvolvimento cognitivo se dá a partir de um processo de equilibração que depende de uma adaptação, pois o sujeito vai em busca de satisfazer suas necessidades cotidianas. Para esta adaptação, existem dois fatores: a assimilação que é a compreensão do indivíduo perante uma nova situação que conduz uma determinada ação. Outro fator é a acomodação, onde o sujeito reestrutura seu conhecimento a partir de um aprendizado já assimilado e que possibilita uma nova estrutura que se adequa, se acomoda às novas situações. E é através do equilíbrio entre assimilação e acomodação que se chega a adaptação, e assim, reagimos conforme nossos estímulos e necessidades reais de convivência social. Deve-se destacar aqui que a acomodação depende das interações com o meio que o sujeito se insere, por isso, Piaget divide em 4 fases o desenvolvimento cognitivo. Cada fase tem como característica as diferentes formas de organização cognitiva, pois o ser humano interage de diversas maneiras a cada situação cotidiana. Pode-se considerar que cada fase altera-se em relação ao tempo cronológico indicado pelo estudioso, justamente por causa da variedade das estruturas biológicas e sociais existentes durante o desenvolvimento do sujeito.
 1º período: Sensório-motor - (0 a 2 anos) - o início do desenvolvimento do conhecimento do próprio corpo e das percepções de sentido e movimento.
 2º período: Pré-operatório - (2 a 7 anos) - desenvolvimento da linguagem, da socialização e da percepção intelectual.
  3º período: Operações concretas - (7 a 11 ou 12 anos) – desenvolvimento do pensamento lógico e das relações entre ação e reação; 
4º período: Operações formais - (11 ou 12 anos em diante) – desenvolvimento do pensamento abstrato, pois a criança cria, formula e interage a partir das hipóteses que ampliará sua própria construção do desenvolvimento social.

Considera-se então, que a teoria psicogenética pode trazer contribuições importantes para o campo da aprendizagem escolar, pois Piaget possibilitou a compreensão do desenvolvimento humano, a partir das adaptações do indivíduo ao meio em que se insere socialmente.



Fonte: 
http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/55035/jean-piaget-e-as-fases-do-desenvolvimento-infantil#ixzz478VwYrLZ

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